Comentários das Liturgias

12º DOMINGO DO TEMPO COMUM

12º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Zc 12,10-11; 13,1 / Sl 62 / Gl 3,26-29 / Lc 9,18-24

JesusPedraEm meio a mentalidade hedonista predominante em nossos dias, que nos incentiva a aproveitar, curtir a vida, Jesus hoje convida-nos a assumir o compromisso de doação e entrega de si. Três aspectos, portanto, são relevantes na liturgia deste domingo: a fé, a cruz e a Vida Nova em Jesus Cristo.


São Lucas nos apresenta o momento em que Jesus questiona os discípulos sobre a Sua pessoa e a Sua missão. É um acontecimento que marca a mudança na missão de Jesus pois, até então, Ele estava anunciando o Reino na região da Galileia e em seguida vai iniciar sua caminhada para Jerusalém. O momento é de retiro para oração. Uma ocasião para rever a caminhada, para avaliar como fora até então a acolhida do anúncio que fizera do Reino de Deus. A resposta dos discípulos sobre a compreensão que o povo tinha da mensagem de Jesus não revelou um entendimento em plenitude. Jesus era visto como um profeta poderoso, comparado a Elias e a João Batista. Questionando os discípulos, Jesus recebe de Pedro a profissão de fé que revelava um entendimento pleno de quem Ele era: O Cristo de Deus, o Messias esperado.


Jesus acolhe a profissão de fé feita por Pedro, mas não se deixa iludir. Ele tem consciência de que os discípulos compartilhavam da esperança messiânica de que o Messias seria um enviado divino com poderes políticos para implantar um reino grandioso, como no tempo do rei Davi. Por isso Jesus pede que os discípulos nada digam ao povo, para evitar que espalhem uma fé equivocada. Dedica-se então, a edificar no coração dos discípulos uma fé clara, revelando que Ele é o Messias Servo, que vem para oferecer sua vida. Não será um vitorioso político, reconhecido pelos poderes deste mundo. Pelo contrário, será rejeitado e humilhado até a morte. Sua vitória, porém, é garantida pelo poder de Deus, o poder que gera a vida.


Jesus cumpre assim o anúncio da missão do Messias Servo feito pelos profetas do Antigo Testamento, como Zacarias, que revela o plano de Deus de derramar sobre seu povo um espírito de graça. Aqueles que olharem para Ele, verão alguém ferido de morte, que se tornará uma fonte de purificação. É o anúncio da morte redentora de Jesus, pois de seu peito traspassado pela lança jorrou, com a água e com o sangue, a salvação, a Vida Nova.


São Paulo nos ensina que, pelo Batismo, recebemos essa Vida Nova e fomos revestidos de Cristo, por isso somos convocados a viver em Cristo, repetindo seus gestos de amor. Viver revestido de Cristo exige que sejamos perseverantes, em nosso dia a dia, na fé que professamos e celebramos, mesmo que isso implique assumir a cruz da fidelidade. Por isso Jesus ensina que ser seu discípulo exige a disponibilidade de seguir seus passos, trilhar o mesmo caminho de doação da vida. O desejo de salvar a vida indica uma atitude egoísta, de buscar a satisfação das vontades e interesses próprios, fechando-se ao irmão. Por isso é uma vida perdida, sem sentido. Já o propósito de seguir os passos de Jesus, doando sua vida em gestos de fraternidade, dá o verdadeiro sentido para a vida. Devemos a professar a verdadeira fé em Cristo, que nos convoca a assumir a cruz, dispostos a doar-se plenamente no compromisso com a promoção da vida. Assim, do nosso coração repleto de fé, jorrará o amor em gestos de solidariedade, a exemplo de Jesus.

 

Liturgias Anteriores

Previous Next
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
  • 6
  • 7
  • 8