Comentários das Liturgias

3º DOMINGO DE PÁSCOA

3º DOMINGO DE PÁSCOA
At 3,13-15.17-19 / Sl 4 / 1Jo 2,1-5a / Lc 24,35-48

3oDomingoPascoa anoB DiscipulosEmausAprofundando a espiritualidade do Tempo Pascal, que nos convida a contemplar a presença do Ressuscitado no meio de nós, em nossa história, somos convidados, neste 3º Domingo da Páscoa, a reconhecer Jesus presente nos momentos comunitários de celebração da fé, especialmente na celebração eucarística. Na celebração do memorial da Páscoa do Senhor, o Ressuscitado se faz presente em nosso meio, na Sua Palavra e em Seu Corpo e Sangue, fortalecendo a nossa fé e nos encorajando na missão.


O Evangelho nos mostra esse encontro da comunidade reunida com Jesus Ressuscitado. O contexto é a volta dos discípulos de Emaús que, após reconhecerem Jesus no anúncio das Escrituras e no partir do pão, sinal da Eucaristia, retornam à comunidade reunida em Jerusalém. É a essa comunidade dos discípulos que Jesus se manifesta, comendo com eles, abrindo a inteligência para entenderem a Escritura e, por fim, convocando-os a serem testemunhas da salvação concedida em Sua ressurreição.


Esse encontro com o Ressuscitado é uma graça que é concedida também a nós, hoje, na celebração da Eucaristia. Muitas vezes não reconhecemos plenamente o valor sagrado deste memorial que o Senhor nos deixou e, por costume, dizemos que “assistimos” a missa, ou que “cumprimos o preceito”. A missa é a celebração do memorial da morte e da ressurreição do Senhor, na qual o próprio Senhor se faz presente em nosso meio, manifestando Seu amor. Assim, há uma grande diferença entre “assistir” e “celebrar” a Eucaristia. Não nos reunimos para “assistir” a morte e a ressurreição do Senhor, mas para morrer com Ele e com Ele ressurgir, num dinamismo constante de crescimento espiritual. Tampouco nos reunimos para cumprir um preceito, obedecendo uma ordem externa, mas atendemos um chamado interior que o próprio Jesus nos faz, pois a celebração da Páscoa do Senhor é um convite divino para nos entregarmos inteiramente ao Seu amor, deixando que Ele aja em nossa vida.


E na medida em que conseguimos vencer o orgulho e nos entregamos ao Senhor, a força da Páscoa, da ressurreição do Senhor transforma a nossa vida. Somos transformados pela Palavra, que nos questiona, que nos inquieta, mostrando nossos limites e apontando caminhos para o nosso crescimento espiritual. Quando acolhemos a Palavra com fé, ela tem o poder de purificar o nosso coração, ajudando-nos a superar sentimentos e comportamentos que impedem a nossa santificação. E na partilha do Corpo e do Sangue do Senhor, somos alimentados espiritualmente, acolhendo a presença do Senhor Ressuscitado, que se une à nossa existência, para nos ajudar a concretizar a libertação que a Palavra nos indicou.


Ao final da celebração, transformados pela Páscoa do Senhor, somos enviados para testemunhar ao mundo tudo que o Ressuscitado realizou em nossa vida, partilhando a alegria de termos acolhido a luz de Sua Palavra e termos feito comunhão com Seu Corpo e Sangue. Somos chamados a anunciar, como fez São Pedro, que Jesus é o salvador, morto e ressuscitado, pelo qual nos é concedido o perdão dos pecados, a libertação e a vida nova. Somos chamados a viver o mistério que celebramos, guardando os mandamentos do Senhor, como nos pede São João, estabelecendo pois, uma íntima relação entre a Eucaristia que celebramos e nossas palavras e atitudes no cotidiano da nossa vida. Manifestamos que fizemos comunhão com o Senhor ao realizarmos gestos que manifestem o amor divino ao mundo, especialmente gestos de cuidado para com os irmãos necessitados, na promoção da dignidade humana e da justiça social.

 

 

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