Comentários das Liturgias

4º DOMINGO DA PÁSCOA

4º DOMINGO DA PÁSCOA
At 4,8-12 / Sl 117 / 1Jo 3,1-2 / Jo 10,11-18

4domingodapasoaO Tempo Pascal renova a certeza de que Jesus Ressuscitado se faz presente no meio de nós, ajudando-nos a viver como filhos de Deus e manifestar a vida nova que nos concedeu em Sua ressurreição. O Senhor da Vida caminha conosco, orientando a condução da nossa história. Por isso a liturgia deste domingo nos apresenta a figura de Jesus, o Bom Pastor, como modelo para todas as pessoas que têm a missão de orientar seus irmãos e de promover o bem comum, seja nos relacionamentos mais próximos, como na família, seja na tarefa de governo, em todos os âmbitos, na Igreja e na sociedade.


Jesus se apresenta como o verdadeiro pastor, que é capaz de dar a vida por suas ovelhas. E Ele o faz de forma livre e gratuita, não por obrigação, mas unicamente por amor. Essa atitude amorosa do Bom Pastor, de oferecer a vida pela salvação de suas ovelhas, se contrapõe a atitude do mercenário que, diante do perigo, abandona o rebanho. O mercenário, contratado para cuidar das ovelhas, não é capaz de colocar sua vida em risco para proteger as ovelhas ameaçadas. Sua atitude é marcada pelo egocentrismo, de quem pensa somente em si mesmo, e por isso é incapaz de arriscar-se diante do perigo para proteger alguém diferente de si mesmo. Já o Bom Pastor, que ama e cuida de seu rebanho, não mede sacrifícios e é capaz de oferecer sua própria vida para salvar suas ovelhas. Jesus concretizou plenamente essa missão de Bom Pastor, ao oferecer sua vida para que nós, ovelhas de seu rebanho, recebêssemos a salvação.


Essa atitude de amor gratuito do Bom Pastor gera uma relação de profunda intimidade com seu rebanho, como mostra Jesus, ao afirmar que conhece suas ovelhas. Conhecer não se refere a uma percepção meramente externa, mas indica intimidade, uma comunhão plena de vida. Jesus conhece a cada um de nós, e nós somos convidados a conhecer Jesus também. Conhecer Jesus não se restringe a obter informações sobre Sua vida e Seus ensinamentos, mas implica criar laços de intimidade com Ele, associando-se cada vez mais ao Seu amor. Trata-se de um processo contínuo de crescimento na fé, fazendo manifestar a graça de Deus que recebemos no batismo. São João nos recorda o grande presente de amor que recebemos de Deus, de sermos seus filhos adotivos pelo Batismo. Mas lembra também que ainda não se manifestou plenamente tudo o que seremos. Ou seja, na medida em que conhecermos profundamente Jesus, crescendo numa profunda intimidade de amor, mais manifestaremos a graça recebida no Batismo, de sermos filhos de Deus.


A atitude do Bom Pastor, de cuidado para com o rebanho, contemplamos na missão dos primeiros discípulos. Pedro, inquirido sobre a cura de um paralítico, proclama que foi em nome de Jesus que tal cura foi realizada, manifestando o amor do Bom Pastor pelo rebanho, especialmente os mais frágeis e necessitados. E, ainda mais, revela a atitude das autoridades da época que, deixando de promover o bem comum e buscando realizar seus interesses pessoais, tinham rejeitado e condenado Jesus a morte.


Quando conhecemos Jesus, vivendo uma profunda comunhão de amor, também nos tornamos semelhantes a Ele. Superando a tentação de sermos mercenários, de pensarmos somente em nossos interesses individuais, somos convocados a ter atitudes do Bom Pastor, como de Jesus, assumindo o compromisso de promover o bem comum, e sendo capazes de doar a vida pelos irmãos que necessitam de salvação.

 

Liturgias Anteriores

Previous Next
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
  • 6
  • 7
  • 8