Comentários das Liturgias

4º DOMINGO DA QUARESMA

4º DOMINGO DA QUARESMA
2Cr 36,14-16.19-23 / Sl 136 / Ef 2,4-10 / Jo 3,14-21

4oDomingoQuaresmaAnoBO quarto domingo da Quaresma é o Domingo da alegria, pela proximidade da Páscoa, a celebração do amor divino, que se manifestou de modo pleno quando Deus enviou seu próprio Filho para salvar toda a humanidade. É a nova e eterna aliança realizada na cruz de Cristo, revelação da misericórdia divina, que não abandona seus filhos pecadores, mas os liberta em seu amor.

Continuando a fazer memória das alianças que Deus fez com seu povo, o livro das Crônicas faz memória da realidade vivenciada pelo povo de Deus no exílio da Babilônia. Recorda que, apesar das inúmeras provas do amor divino, que o tirou do Egito e lhe concedeu a terra e a liberdade, o povo e seus chefes foram infiéis à Aliança com Deus. Fizeram acordo com outros povos, compactuando com a idolatria e rejeitando as admoestações divinas manifestadas na palavra dos profetas. A consequência foi a perda da terra e da liberdade, sob a dominação de Nabucodonosor. No exílio, o povo tomou consciência de suas faltas e clamou ao Senhor, como nos revela as belas palavras do Salmo 136. E, apesar de tantas infidelidades e rejeições ao Seu amor, Deus não virou as costas ao seu povo e nem os abandonou. Agiu novamente, com seu braço libertador, por meio de Ciro, rei da Pérsia, que reconduziu o povo à terra.

Essa atitude divina, de não abandonar às mãos da morte seus filhos pecadores, se revela de modo pleno em Jesus Cristo. No diálogo com Nicodemos, Jesus faz uma analogia de sua morte na cruz com o episódio da serpente erguida por Moisés no deserto, quando o povo abandonou o Senhor e construiu um bezerro de ouro, adorando-o como seu deus. Diante da morte que tal idolatria gerou, manifestada no ataque de serpentes, Deus mandou Moisés fazer uma serpente de bronze, para que ao olhar para ela, o povo erguesse os olhos e reconhecesse a onipotência de Deus. Jesus, erguido na cruz, não revela apenas o poder divino, de nos resgatar do pecado, mas principalmente revela seu infinito amor. Ele enviou Seu Filho Unigênito não para condenar, mas para salvar o mundo. Da mesma forma como enviou Ciro para libertar seu povo escravo na Babilônia, Deus envia Jesus, para libertar toda a humanidade, de todas as formas de escravidão, material e espiritual, revelando sua infinita misericórdia. Jesus é a luz que dissipa as trevas do pecado, do erro e da morte. Quem nele crer, vive na luz e participa da Vida Nova. Somente dela fica excluído aquele que não crê, recusando a salvação oferecida no amor de Deus. Por isso escolhe viver nas trevas, não realizando as obras de amor, justiça e paz.

Também São Paulo destaca que Deus é rico em misericórdia, ao recordar que a salvação é um dom, uma graça de Deus, a qual alcançamos mediante a fé. Não são as nossas obras que nos salvam, para que não nos deixemos dominar pelo orgulho. Cabe a nós, aceitarmos essa graça divina e tomar posse dessa salvação. Como resposta a esse amor de Deus, realizamos as obras que revelam se estamos vivendo ou não em Cristo.

Somos, pois, convidados a experimentar a alegria desse amor divino, que não nos condena quando pecamos, mas continuamente nos oferece a graça da salvação. Acolhendo essa vida nova, devemos também ser sinal desse amor junto aos irmãos que erram, ajudando-os a encontrar o caminho da luz e da salvação em Jesus Cristo.

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