Comentários das Liturgias

3º DOMINGO DO TEMPO COMUM

3º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Jn 3,1-5.10 / Sl 24 / 1Cor 7,29-31 / Mc 1,14-20

3 domingo comum BSão Marcos narra o início da missão de Jesus anunciando a chegada do Reino e convidando a uma sincera conversão, para participar desse novo tempo. Jesus inicia sua pregação na Galileia, no norte do país, uma região periférica e marginalizada, por estar longe de Jerusalém. Com isso Jesus revela que a proposta de Deus é para todos, sem distinção. Em seu anúncio revela que o tempo se completou, ou seja, a esperança messiânica, tão marcante na caminhada do povo da Primeira Aliança, agora se tornou realidade. Por isso é necessária uma conversão, ou seja, uma mudança de vida para acolher Jesus e a proposta do Reino. Converter-se para o Reino é abrir o coração à proposta de Deus, de fraternidade, de comunhão e de paz.


Mas Jesus não realiza a sua missão sozinho, ensinando que o Reino de Deus é uma realidade não se concretiza no individualismo e no egoísmo, mas somente na comunhão e na fraternidade. Fechados em nós mesmos, em nossos interesses e desejos, não conseguimos vivenciar o Reino. Por isso chama colaboradores para a missão, formando a comunidade da Nova Aliança, a Igreja. E Jesus não escolhe pessoas consideradas importantes pela sociedade de sua época, mas vai ao encontro de simples trabalhadores, para que ninguém se sinta excluído desse convite. E esse encontro acontece na realidade na qual estavam inseridos, no trabalho, e os convoca a colaborar a partir do que eles eram capazes de realizar, transformando-os de pescadores de peixes em pescadores de homens, ou seja, em missionários do Reino de Deus. Jesus não exige de nós algo que esteja além do que a nossa condição humana é capaz de realizar, mas sempre a partir dos dons que Ele mesmo nos concedeu. Os discípulos largam as redes, desapegando-se dos bens materiais, e também deixam o pai, mostrando que nossos afetos não podem nos impedir de seguir Jesus.


Essa proposta de conversão para acolher a graça divina contemplamos na missão do profeta Jonas, enviado por Deus para pregar em Nínive. Inicialmente Jonas rejeita esse chamado divino e tenta fugir de sua missão, pois Nínive era o símbolo dos povos estrangeiros que oprimiam o povo. Fechado na mentalidade nacionalista da época, Jonas não aceita que a eles seja concedida a salvação. Mas Deus o reconduz à missão e, após a pregação de Jonas, toda a cidade se converte ao Senhor. Jonas mais uma vez reclama junto a Deus, pois em seu coração esperava que ninguém se convertesse e a cidade fosse destruída. Jonas é pois, o símbolo daqueles que, fechados em si mesmos ou em seu pequeno grupo, não aceitam o projeto divino de fraternidade e de salvação para todos.


Somos pois, convidados pela palavra do Senhor a renovar a nossa vida, a exemplo dos moradores de Nínive, para que possamos acolher essa nova maneira de viver e construir a história, a partir dos valores do Reino de Deus, de amor, de justiça e de paz. Precisamos ter um coração aberto para acolher o chamado de Deus, e também um coração disponível, como os primeiros discípulos, que largaram tudo para seguir Jesus. Como nos ensina São Paulo aos cristãos de Corinto, precisamos compreender que nossa vida é breve e por isso não podemos nos apegar às realidades deste mundo que passa, especialmente não nos deixarmos escravizar pelo materialismo que nos rodeia, e assim permanecermos em comunhão com o Senhor que não passa, colaborando com a concretização do Seu Reino.

Liturgias Anteriores

Previous Next
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
  • 6
  • 7
  • 8