Comentários das Liturgias

29º DOMINGO DO TEMPO COMUM

29º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Ex 17,8-13 / Sl 120 / 2Tm 3,14 - 4,2 / Lc 18,1-8

29oDomingo Ano AA Palavra de Deus deste domingo nos traz uma exortação que nos inquieta: é Deus quem pede que rezemos, pois quer que estejamos em diálogo com Ele, por meio da oração. Rezar, mais que um dever religioso, é a forma privilegiada de abrir-se à graça divina. É um diálogo amoroso com Deus, buscando comunhão com Sua sabedoria e Seu projeto de salvação. Por isso Jesus exorta os discípulos sobre a necessidade de rezar sempre e nunca desistir.


O poder da oração nos é apresentado no conflito enfrentado pelos israelitas no deserto, rumo a Terra Prometida. Josué liderava o povo na luta e Moisés rezava. Enquanto Moisés mantinha as mãos levantadas, o povo vencia; quando abaixava as mãos, o povo era derrotado. Mais que um relato histórico, o episódio mostra que, quando estamos em comunhão com Deus, temos a força necessária para vencer todos os obstáculos. Erguer as mãos para o céu suplicando o auxílio divino é um gesto de humildade e de confiança. Humildemente reconhecemos que, sem Deus nada podemos fazer e, confiantes, suplicamos o Seu auxílio. Quando baixamos as mãos, ou seja, quando interrompemos a comunhão com o Senhor, confiando apenas em nossas capacidades humanas, ficamos fracos diante das adversidades que encontramos no caminho.


Na parábola contada por Jesus sobre a viúva e o juiz, este é definido como alguém que não teme a Deus e não respeita homem algum, ou seja, alguém prepotente que se considera acima de tudo e de todos. A viúva é o símbolo do mais fraco e indefeso, daquele que não tem nenhum poder e por isso lhe é negado o acesso à justiça. Diante de seus pedidos insistentes para que lhe fosse feita a justiça, o juiz a atende, para livrar-se de sua presença inconveniente. Ao final da parábola, Jesus destaca dois aspectos unidos à oração: a justiça e a fé. Na atitude da viúva percebemos sua confiança, não na atitude do juiz, mas no seu direito à justiça, que a faz perseverar. E Jesus confirma que Deus não tardará em fazer justiça aos seus filhos, que clamam por socorro. Vivendo em meio a tanta injustiça, somos tentados a desacreditar na busca da justiça, ou a querer fazer justiça com as próprias mãos. Jesus nos dá a certeza que Deus não nos desampara e que sua justiça não deixará de acontecer.


Ao questionar se encontrará fé sobre a terra, quando vier em sua glória, Jesus destaca a relação entre a fé e a oração. Quando nos unimos em oração com o Senhor, somos fortalecidos na fé, pois recebemos a força espiritual que nos sustenta em nosso caminho, nos conservando na busca incessante da justiça, sem jamais nos deixar dominar pelo desânimo.


Nesse diálogo com Deus na oração, a escuta de Sua Palavra é fundamental. A segunda Carta a Timóteo destaca a importância que a Palavra de Deus deve ter em nossa vida de fé, na prática da justiça e na oração. Ela nos conduz à sabedoria, para que, pela fé, acolhamos a salvação concedida por Jesus. Ela é útil para ensinar o caminho divino, para corrigir quem dele se afastou e para educar na justiça; por isso devemos proclamar a Palavra com insistência. Mas, antes de anunciar aos irmãos devemos acolhê-la em nosso coração, especialmente em nossa vida de oração. Precisamos rezar com a Palavra de Deus, deixando que Ele nos oriente, nos eduque na confiança em seu amor, e na prática da justiça.

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