Comentários das Liturgias

3º DOMINGO DO ADVENTO

3º DOMINGO DO ADVENTO
Is 35,1-6a.10 / Sl 145 / Tg 5,7-10 / Mt 11,2-11

3o Domingo do AdventoO terceiro domingo do Advento é também chamado de Gaudete, que significa alegria, motivada pela proximidade da festa do Natal, e também por acolhermos Jesus, que já está no meio de nós. Infelizmente, em nossa cultura consumista, a alegria do Natal foi reduzida a troca de presentes e a preparação de banquetes, com abundância de comidas e bebidas. É uma alegria individualista, pois tantos presentes supérfluos e tanto desperdício de comida contrastam com a pobreza e até mesmo com a fome de tantos irmãos. A alegria que o Senhor nos oferece tem outra fonte: é gerada pela presença de Jesus junto à nossa realidade humana, realizando sinais de vida plena.


Foi essa alegria que o profeta Isaías anunciou como sinal da manifestação de Deus, vindo ao encontro de seu povo. Numa época de crise social, que culminou no exílio na Babilônia, quando o povo era explorado e oprimido, o profeta anuncia a esperança de que o Senhor, com seu poder fará florescer a vida e a alegria no meio da terra deserta e intransitável. A presença amorosa de Deus fortalecerá as mãos enfraquecidas e os joelhos debilitados, ajudando aos que estão afundados na depressão a superar toda forma de medo e criar novo ânimo para viver. Ainda mais, anuncia a libertação de todas as limitações humanas, indicada na cura dos cegos, mudos, surdos e coxos, fazendo-os experimentar uma vida nova.


Essa presença divina que renova a realidade é a manifestação do Reino de Deus, o qual Jesus deu início em sua vida, morte e ressurreição. A resposta dada aos discípulos de João Batista, afirmando que todas situações de sofrimento e dor são transformadas em vida plena é sinal de que um tempo novo já começou, com a ação libertadora realizada por Jesus. Já não se trata mais de esperança, como no tempo do profeta Isaías, mas de uma realidade concreta e experimentada pelos discípulos. Essa é a alegria do Reino de Deus, alicerçada na vida que se torna plena, com a libertação de toda forma de sofrimento e de morte.


Tal presença de Jesus foi preparada por João Batista, por isso Jesus o chamou de maior entre todos os homens. Entretanto Jesus afirmou que o menor no Reino dos Céus é maior que ele, revelando que, para quem acolhe Seu amor e consagra a Ele sua vida, a esperança se transforma em realidade, e o anúncio se concretiza em vida nova. João Batista preparou a alegria do Reino e o cristão já experimenta essa alegria em plenitude.


Assim, a atitude do verdadeiro cristão, como adverte São Tiago é de permanecer firme no caminho do Senhor com o coração fortalecido no amor e na fé. Como o agricultor que espalha a semente e aguarda o momento da colheita, devemos espalhar as sementes do Reino de Deus com constância e paciência, na certeza da manifestação da vida nova, fonte da verdadeira alegria. Nossa alegria de cristãos não pode ser reduzida ao acúmulo e ostentação de bens materiais supérfluos; antes, deve ser uma forma de exteriorizar a vida nova que já acontece em nosso coração, e por meio de nossas ações concretas, torna-se realidade no mundo a nossa volta.

Somos chamados a superar a alegria individualista, centrada na posse de bens materiais, para vivermos a verdadeira alegria cristã, de ir ao encontro dos irmãos com gestos de bondade e de solidariedade, levando a vida plena, como Jesus veio ao nosso encontro trazendo a salvação.

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