Comentários das Liturgias

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
Ap 11,19a; 12,1.3-6ab / Sl 44 / 1Cor 15,20-27a / Lc 1,39-56

assuncaoNSenhoraA assunção de Nossa Senhora, indicada no calendário litúrgico no dia 15 de agosto, é celebrada no Brasil sempre no domingo seguinte, para enfatizar a importância desse dogma mariano. Proclamado pelo Papa Pio XII em 1950, o dogma da Assunção de Maria é a confirmação de uma longa tradição conservada pela Igreja, de que Maria, por ter acolhido em seu ventre o próprio Deus, fora preservada da corrupção da morte e elevada ao céu em corpo e alma, ou seja, na plenitude de sua realidade humana.


Com esta festa, a Igreja nos convida a contemplar em Maria a realização do plano divino para toda pessoa humana. Nossa Senhora assunta ao céu, participante da glória divina, é a confirmação do destino de toda a humanidade, cuja plenitude da existência é a participação plena na comunhão da Santíssima Trindade. Como nos ensina São Paulo, Cristo ressuscitou e nEle, todos nós também ressuscitaremos. Cristo foi o primeiro ser humano a ressuscitar, rompendo a morte que adentrara na humanidade pelo pecado, e participarão de sua vitória sobre a morte aqueles que a Ele pertencem. Ora, Maria foi a primeira pessoa que participou do mistério da encarnação, acolhendo o próprio Jesus em seu ventre. Fundamentada nessa palavra de São Paulo, a Igreja confirma a tradição de que Maria fora preservada da corrupção da morte e levada por Jesus para a comunhão na Trindade.


Contemplando Maria elevada à glória divina, somos convidados a olhar para a pessoa de Maria e nela encontrar um modelo a ser seguido por cada um de nós, em nosso caminhar de santificação nesta vida. Maria torna-se, para nós, o ideal que todo ser humano deve buscar, de ser uma pessoa integrada e plenamente realizada em sua condição de filho de Deus e participante da fraternidade universal.


O gesto de Maria, narrado por São Lucas, de ir ao encontro de sua prima Isabel, para oferecer seus préstimos, revela seu coração compassivo e solidário, que não se encheu de arrogância por ser a Mãe do Salvador. Como Maria, precisamos tornar o nosso coração sempre mais humilde e bondoso ao outro que necessidade de nós, sensível às suas necessidades e sempre dispostos para empreender, às pressas, uma caminhada de solidariedade.


A oração entoada por Maria retoma a tradição de seu povo, da Aliança com o Senhor, confirmando sua atitude diante do chamado divino. Ela se coloca como serva humilde que entrega totalmente sua vida ao projeto de Deus. Maria tem consciência de que Deus tem um projeto de salvação para toda a humanidade e busca integrar-se a esse projeto, colocando-o acima de seus projetos pessoais. Essa atitude de fé e de consagração ao Senhor é um convite para todos nós buscarmos compreender o projeto de Deus para todos nós e a ele dedicar nossa vida.


E finalmente, o livro do Apocalipse associa Maria às primeiras comunidades cristãs. Como Maria enfrentou perseguições na sua missão de Mãe do Salvador, também as comunidades estavam sendo perseguidas, por sua fidelidade na missão de tornar Jesus presente no meio do mundo. Mas, como Maria confiou no poder e no amor de Deus, também as comunidades cristãs, e nós hoje, somos convidados a confiar na ação divina, que age com seu braço poderoso, garantindo a vitória da justiça e do amor.
Contemplando a vida santa de Maria, somos convidados a imitar suas virtudes de fé, compaixão, solidariedade, confiança no Senhor, para um dia participarmos com ela, da glória de Deus.

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